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Coringa

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Em meio a uma caótica Gotham City, do início da década de 80, uma cidade decadente, em grave crise econômica onde até o serviço de coleta de lixo é falha, propiciando infestação de ratos, a classe mais alta e privilegiada, segue bem e aproveita para manter sua influência na sociedade, entre estes, Thomas Wayne, que se lança como candidato à prefeitura, enquanto os mais pobres são a parte mais atingida pela falha dos serviços públicos.

Arthur Fleck (Phoenix), sofre de um distúrbio mental que o faz rir em momentos ansiosos/tensos, por isso ele se vê em situações constrangedoras e se mete em confusões por não conseguir se controlar e frequentemente seu riso descontrolado, se confunde com choro engasgado.

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Durante dia ele vive como palhaço, que trabalha no comércio, chamando atenção para lojas ou animando ala infantil de hospitais, a noite ele anseia em se tornar um comediante de stand up, pra isso ele passa seu tempo livre, assistindo comédias na televisão e anotando algumas piadas em seu diário, tão confuso como sua mente. Ele também cuida de sua mãe doente (Conroy) e seu sonho é ir ao programa de auditório de Murray Franklin (De Niro) e ser reconhecido pelas pessoas.

Em meio a isso tudo, ele vive uma crise de identidade e procura se encontrar, e encontrar o seu lugar nessa sociedade decadente, assim acaba se tornando um ícone, uma espécie de líder anárquico de uma revolução “proletária” reflexo de uma sociedade doente que, aqui fora no mundo real, facilmente daria voz a certos discursos neofascistas recentes.

O longa de Todd Phillips (Se Beber, Não Case), conta a origem de um dos vilões mais marcantes dos quadrinhos e também dos cinemas, coringa já foi interpretado por grandes atores, entre eles Jack Nicholson, Heath Ledger e Jared Leto todos  com interpretações bem icônicas nas telonas.

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O filme não é do tipo que se torce para o vilão, a representação de  Phoenix é sim digna de Oscar, ele toma o filme para si e sua boa atuação, vai muito além de sua transformação corporal,  sua personagem é crescente e parece se fazer mais forte a cada paulada que toma, deixando o espectador cada vez com mais asco desse palhaço doente e sem graça.

Tem uma estética dos anos 80,  como muitos elementos que remetem a Taxi Driver, não somete pela escalação de De Niro no elenco, mas principalmente por sua estética e enredo, de “drama psicológico”. Possui uma bela fotografia e uma trilha sonora e design de som envolventes. É um bom filme, tem um roteiro bem escrito, um enredo que prende  a atenção do espectador, mas peca nas cenas de violência gratuita e explicita.