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“Nosferatu – uma sinfonia de horror” é um dos maiores clássicos do cinema expressionista alemão. Dirigido pelo fabuloso diretor Murnau, o filme conta a terrível história de um simples cidadão alemão que recebe a proposta de vender um imóvel em frente à sua casa para um desconhecido morador da Transilvânia. Certo que esta negociação lhe renderá muito dinheiro, o jovem Hutter segue para o país dos ladrões e dos fantasmas, onde descobre que essa misteriosa pessoa é nada mais nada menos que Nosferatu, o grane vampiro. Ele compra o imóvel e segue para a cidade de Hutter atrás de sua mulher, Ellen.
Este filme aborda temas bem interessantes para o ponto de vista do ano de 1922, 4 anos após o fim da primeira guerra e a 7 anos da quebra da bolsa de Nova Iorque. A ganância é abordada através do desejo do jovem Hutter de oferecer mais conforto para a sua amada Ellen, que por sua vez é simples e pura. Ela não precisa disso. Na família existe um casal rico. Hutter talvez entenda a venda do imóvel defronte à sua casa para um conde na Romênia como a grande chance para aumentar seu patrimônio a fim de estar nas mesmas condições que este casal.
No decorrer do filme, vários outros temas são recorrentes na narrativa, como a forte crença no sobrenatural, como lobisomens, fantasmas, vampiros etc. Clássico do expressionismo alemão. Mas, sem dúvida, o grande tema do filme é a morte, ou o desejo pelo mórbido, representado por Nosferatu, que é um morto-vivo. Distúrbios psicológicos, poder psiquico, loucura, o desespero e a hipnose também são inseridos na trama. Todas características marcantes dos filmes expressionistas.
O amor incondicional, centrado no casal Hutter e Ellen, apesar de todo o macabrismo do filme, serve como contraponto às sequências horripilantes.
Fica claro no filme o discurso de Murnau de auto-defesa, quando ele aborda o tema da chamada “praga” vinda de outros lugares da Europa. Temos aí um simbolismo representado pela figura de Nosferatu, onde o diretor expressa o seu temor pelas mazelas que aflingem a Europa, um desejo de proteção e resguardado na cultura e pureza do povo alemão. Talvez possamos estar vendo o desenvolvimento do nacionalismo exacerbado na Alemanha pós-primeira guerra, assim como a necessidade da manutenção da “raça ariana”alemã, dois elementos fundamentais do Nazismo, movimento operário, liderado por Hitler, que surgiria anos mais tarde dentro deste país.
Fonte: Tecnologia e cinema
Nosferatu Parte 01

O Expressionismo alemão

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O Expressionismo alemão, estilo cinematográfico cujo auge se deu nos anos 1920, caracterizou-se pela distorção de cenários e personagens, através da maquiagem, dos recursos de fotografia e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar a maneira como os realizadores viam o mundo.

Pedro Monteiro,que mostra as origens e anseios do movimento, “O expressionismo, nascido na Alemanha no final do século XIX, é maior que a idéia de um movimento de arte, e antes de tudo, uma negação ao mundo burguês. Seu surgimento contribuiu para refletir posições contrárias ao racionalismo moderno e ao trabalho mecânico, através de obras que combatiam a razão com a fantasia. Influenciados pela filosofia de Nietzsche e pela teoria do inconsciente de Freud, os artistas alemães do início do século fizeram a arte ultrapassar os limites da realidade, tornando-se expressão pura da subjetividade psicológica e emocional. “

O Expressionismo,cuja origem podemos remontar à fortes evidências em Van Gogh. O expressionismo alemão,que se estendeu por quase todas as artes como o cinema, a pintura e caracteriza-se pela distorção da imagem(uso de cores vibrantes e remetentes ao sobrenatural ),do retorno ao gótico e a oposição a uma sociedade imersa no desolador cenário do racionalismo moderno pregador do trabalho mecânico.As vibrantes e alucinógenas pinturas expressam um desligamento com o real , a prioridade do “eu” e sua visão pessoal do mundo

Logo do “Der Sturm”, revista que divulgava a arte expressionista alemãTal identidade de uma arte de crise se intensifica ao coincidir com a instalação da frágil República de Weimar após uma catastrófica guerra perdida e um humilhante Tratado de Versalhes que arruinou a nação alemã,o que contribuiu para, então, não só formar uma nova proposta de postura estética mas também uma moral de enfrentamento das autoridades (foi por essa razão que os nazistas consideraram o expressionismo uma arte decadente).O Nazismo e a própria Segunda Guerra Mundial veio a destruir muitas destas obras.

No cinema com Das Cabinet des Dr. Caligari (1920) de Robert Wiene, Nosferatu (1922) de Friedrich Wilhelm Murnau, uma nova forma de cinema surge, com temas sombrios de suspense policial e mistério um ambiente urbano ,personagens bizarros e assustadores e uma distorção da imagem devido a uma excessiva dramaticidade tanto na atuação quanto na maquiagem e cenografia fantástica de recriação do imaginário humano.A influência dos expressionistas do cinema se fez sentir em Hollywood, tanto na temática quanto na linguagem, inclusive porque muitos dos diretores alemães de então migraram para Hollywood e lá realizaram filmes.O cinema é a forma mais lembrada do expressionismo alemão.

fonte: wikipédia