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Operação Red Sparrow

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Em operação Red Sparrow, Jennifer Lawrence vive Dominika Egorova, uma mulher forte que contra sua vontade é selecionada para um treinamento no serviço de segurança Russo. Ela se torna um “pardal” e aprende a usar seu corpo como uma arma após um processo de treinamento duro e desumanizante, ela luta para manter-se forte para não perder sua essência.

Nate Nash, interpretado por Joel Edgerton, é seu primeiro alvo, ele é um oficial da CIA, eles acabam se envolvendo e se veem em meio a uma montanha russa, cheia de altos e baixos, em que sua atrações e decepções que ameaçam suas carreiras e a segurança de ambos os países.

A trama é extensa, densa, cheia de reviravoltas e conflitos psicológicos, se você não estiver muito atento ao enredo ficará perdido. Jennifer Lawrence faz um papel um diferente do que está acostumada, mas se entrega de alma e corpo, literalmente, a atriz aparece em algumas cenas totalmente nua,  o que elevou a classificação indicativa para 16 anos. Apesar de todo esse esforço ela não consegue segurar sozinha todo o filme.

O longa, ao contrário dos tradicionais filmes de agentes secretos, não é um filme de ação e sim um thriller de espionagem e drama, em que a tentativa de manter um clima de suspense em torno dos personagens, faz com que eles se tornem frios e sem personalidade, o tornando menos envolvente, mas possui sim algumas belas cenas e uma fotografia interessante.

Em resumo é um filme sensual, com várias cenas de sexo e nudez, algumas cenas fortes de violência, as personagens são rasas e a trama é cheia de rodeios que se estendem em 139 minutos de duração, o tornando extenso e meio arrasado.

A Forma da Água

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Aclamado pela crítica, vencedor do festival de Veneza, indicado a nada menos que 13 Oscars. “A Forma da Água”, é dirigido por Guillermo del Toro, um aficionado por histórias de monstros e contos de fadas sombrios em que o fez conhecido no meio cinematográfico.

O longa faz referência ao “Monstro da Lagoa Negra” de 1954, mas também me fez lembrar de “A Bela e a Fera”, apesar da bela não seguir os padrões de beleza Hollywoodianos atuais e da fera não ser tão fera assim.

“A água toma a forma de seu recipiente, seja ele qual for, e, embora a água possa ser muito suave, também é a força mais poderosa e maleável do universo. O amor também é, não é? Não importa que forma damos ao amor, ele se torna aquilo, se ele homem, mulher ou criatura.” –Guillermo del Toro.

A partir dessa definição de del Toro, podemos compreender um pouco mais da trama que se passa na década de 1960, em um laboratório secreto do governo, no auge da Guerra Fria, trabalha, a solitária Elisa (Sally Hawkins) que vive presa em uma vida de isolamento, até que se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).

 

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As personagens são bem elaboradas, cada uma possui seus conflitos, e são lindamente interpretadas pelos seus respectivos atores, que por sinal foram escolhidos a dedo. Destaque para Sally Hawkins, que é uma das atrizes mais respeitadas do Reino Unido. Seu extenso e impressionante corpo de trabalho foi amplamente reconhecido por alguns prêmios importantes do cinema mundial, entre eles o Oscar, do ano 2014, pela atuação em Blue Jasmine (de Woody Allen). Está extraordinária em seu papel que quase não tem falas. Elisa ficou muda por um trauma de infância e comunica-se por meio de sinais, mas é capaz de se expressar de maneira efusiva quando encontra a estranha criatura aquática que é mantida presa pelo laboratório do governo onde ela trabalha como faxineira.

Na onda do politicamente correto, o filme satisfaz as condições do Oscar, pois retrata: os latinos, os negros, os gays, um monstro que possui um bom coração, além do empoderamento feminino, uma vez que a protagonista é uma mulher que corajosamente enfrenta o sistema para fazer aquilo que acredita ser o certo.

O design de produção incluindo o cenário, a fotografia, o figurino fazem jus às indicações aos Oscars

Toda essa mistura, com direito a sapateado, musicas clássicas, samba de Carmem Miranda, homenagem a sétima arte, além de cenas fortes, nudez, violência e sexo interespécies é que se faz esse fantasioso conto de fadas repleto de dramas reais, que obviamente não é para crianças.

Os Suspeitos

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Intrigante e instigante o filme “Os Suspeitos” ainda que longo (tem duas horas e meia de duração) em momento algum parece cansativo ou entediante. Pelo contrário, desde os primeiros minutos o espectador é imerso nos conflitos e aflições dos personagens sendo conduzido pela mesma trilha obscura por onde eles transitam.

O título em português perde um pouco o impacto por causa da tradução. O original “Prisioners” carrega mais o sentido do filme, já que de alguma forma todos os personagens se encontram presos, seja física ou emocionalmente, e de uma forma bastante densa.

Quanto ao enredo, para quem gosta de suspense, é um prato cheio. Mas aqui vai um aviso: a intenção do longa não é detalhar a explicação do mistério, mas dar as peças para que o espectador monte o quebra-cabeças, o que pode até gerar a sensação de pontas soltas.

Por fim, a atuação de todos é espetacular, com destaque para Hugh Jackman como Keller Dover, Paul Dano como Alex e Jake Gyllenhaal como o detetive Loki.

Totalmente recomendável.

Por Thayssa Maira